UEA leva inovação e experiências do Amazonas para feira Internacional no RJ

Green Rio reúne feira, conferência, rodada de negócios, start up e networking

Começou nesta quinta-feira (23), na cidade do Rio de Janeiro (RJ), a oitava edição do Green Rio, evento internacional que busca promover a Bioeconomia no país, através da divulgação de produtos, pesquisas, serviços e soluções diversas. A programação segue até sábado (25).

Em 2019, pela primeira vez, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) está presente e trouxe para a exposição na feira quatro pesquisas realizadas por professores da Universidade. Como resultado dessas pesquisas, quatro produtos foram gerados e estão potencialmente disponíveis para produção: o ecopainel de açaí, a madeira plástica de caroço de tucumã, a bioprótese de madeira e o bioplástico.

Para o reitor da UEA, Cleinaldo Costa, estar pela primeira vez na Green Rio é muito importante não só para a Universidade, mas também para o Amazonas. “Discutir bioeconomia e diversidade, mas sobretudo mostrar as ações de biodiversidade fortalecem o desenvolvimento de uma nova matriz econômica para o Amazonas. Temos diante de nós uma oportunidade de gerar conhecimento, mas também de levar negócios para o Amazonas, convergindo os interesses da academia e da economia, de modo que isso possa repercutir em emprego e renda num futuro próximo. Cabe à Universidade esse papel de prospectar na Amazônia, de pesquisar, fazer Ciência na Amazônia e mostrar isso para o mundo. Tudo isso sem esquecer da preservação da floresta, do respeito à cultura e saberes tradicionais”, destacou Costa.

Os produtos da UEA em destaque:

Ecopainel feito com fibras do açaí

A produção dos ecopainéis, baseada nos princípios da Economia Circular, é feita a partir dos resíduos do fruto do açaí descartados nos leitos dos igarapés e canais artificiais de escoamento de água nas cidades, gerando impactos ambientais. A partir deste efeito, o produto consiste no aproveitamento de toda a cadeia da matéria-prima, gerando subprodutos, emprego, renda e tecnologia. O trabalho também conta com a utilização de uma resina de óleo de mamona para fazer a adesão das fibras. A fabricação pode evitar a emissão de CO2 que acontece por meio da fabricação industrial de painéis de fibras de madeira utilizando resinas sintéticas a base de Uréia Formaldeído, muito comum na atualidade.

Bioplástico feito com caroço de tucumã

É produzido a partir da fibra da Piriquiteira, obtida em Parintins (AM). A fibra natural apresenta excelente resistência à tração. Após serem extraídas, as fibras naturais passaram pelo processamento mecânico e os compostos são preparados pelo procedimento de mistura de fusão. As fibras da Piriquiteira podem ser usadas em partes estruturais de automóveis, embarcações, aviões, embalagens e até em produtos voltados para construção civil. Os ensaios mecânicos de tração mostraram que a modificação química proporcionou aumento de 72% no módulo elástico da fibra.

Madeira Plástica

Produzido a partir do caroço do tucumã descartado indiscriminadamente no meio ambiente, gerando impactos ambientais nos leitos dos igarapés e canais artificiais de escoamento de águas no Amazonas, e plásticos reciclados. O processo de fabricação da madeira plástica inicia com a quebra dos caroços do tucumã e a moagem do seu endocarpo lenhoso em pequenas partículas misturadas com o “plástico duro” moído de embalagens descartadas, com posterior injeção ou extrusão.

Bioprótese de madeira (feita com cumaru, pau d’arco e roxinho – madeiras típicas da Amazônia).

As madeiras Pau d’arco, Cumaru e Roxinho são as matérias-primas da Bioprótese. As lâminas que darão origem ao protótipo passarão por um processo de secagem natural. As articulações do pé e do tornozelo formam um sistema complexo que deve fornecer um grau de estabilidade maior do que de flexibilidade. As lâminas foram apoiadas para receber a película do adesivo, e rapidamente foram prensadas com fixadores manuais para que todas as ligações adesivas atingissem a máxima resistência. A Bioprótese fornece uma base estável para a posição ereta; fornece uma alavanca rígida, na fase do impulso da marcha; absorve as cargas; adapta-se às irregularidades do solo e transforma a torção através da articulação inferior e da bacia.

Sobre o Green Rio 2019

O evento Green Rio expõe em sua feira anual negócios e representantes da Economia Verde, dos setores orgânico e sustentável. Entre 23 a 25 de maio acontecerá a sexta edição do evento na Marina da Glória, Rio de Janeiro.

Texto: Amanda Mota /ASCOM UEA

Fotos: Isabella Santos/ASCOM UEA

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