Dia Mundial da Água: UEA destaca desafios da gestão hídrica no Amazonas

A universidade oferece, desde 2016, o Mestrado Profissional em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos e já formou mais de 40 profissionais.

O Dia Mundial da Água é comemorado anualmente no dia 22 de março e a UEA desenvolve um papel fundamental quanto à formação de profissionais capacitados para atuarem na gestão e regulação desse recurso natural. Essa formação é viabilizada por meio do Mestrado Profissional em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos (ProfÁgua) que, desde 2016, já formou mais de 40 especialistas em diversas áreas, como gerenciamento, regulação, governança, monitoramento, qualidade da água entre outras para contribuírem com o avanço funcional e científico da água no Estado que concentra a maior bacia hidrográfica do mundo.

O ProfÁgua é uma rede nacional coordenada pela UEA, e conta com a Universidade Federal de Roraima (UFRR) e a Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Frequentemente o programa gera produtos para a construção do conhecimento científico da região, entre eles destaca-se a proposta sobre regulamentação de água subterrânea; questões do Fundo Estadual de Recursos Hídricos; uma estrutura de treinamento para gestão hídrica no Estado, estudos sobre o Plano Estadual de Recursos Hídricos e colaborações na área desses recursos e educação ambiental.

Embora o Amazonas comporte o maior volume de água superficial de todo território brasileiro, o ex-coordenador do ProfÁgua e professor de Geografia da Escola Normal Superior (ENS/UEA), Carlossandro Albuquerque, salienta que ainda tem uma frágil gestão quanto à questão hídrica, no que tange a segurança e gestão da qualidade da água para a população.

“O ProfÁgua tem uma característica importante: ele não só forma profissionais na capital, mas também no Interior, na cidade de Parintins. Isso dá uma característica particular ao programa. Nesse momento em que enfrentamos uma crise na saúde pública e de desgoverno, o programa busca continuar alcançando os objetivos, que é formar profissionais para atuarem na logística, monitoramento e controle da água no Estado do Amazonas”, observou o professor.

De acordo com a coordenadora do ProfÁgua, professora Glória Melo, devido à frágil gestão, as águas amazônicas têm sofrido, cada vez mais, os efeitos das pressões antrópicas, especialmente quando analisadas em escalas menores, como é o caso das sub-bacias e microbacias urbanas e periurbanas. “O programa atua, há cinco anos, na consagração do esforço para a formação e capacitação de recursos humanos avançados e pesquisas de excelência, relacionadas à gestão das águas e sociobiodiversidade amazônica”, explicou Glória.

Uso equilibrado da água

Carlossandro, que é especialista em Ciências Ambientais e Sustentabilidade na Amazônia, adverte a população brasileira quanto ao uso equilibrado da água e alerta que se não houver equilíbrio a água potável (que representa apenas 2% do volume total de água na Terra) será contaminada. “É muito preocupante que a população não tenha compromisso e uso ordenado da água, porque nas áreas urbanas do País, os cursos d’agua se tornaram esgotos a céu aberto, por falta de uma política pública e educação ambiental básica para os habitantes, que acabam jogando resíduos sólidos (popularmente chamados de “lixo”) nas redes de esgoto.

O Professor destaca ainda o papel da universidade nesta formação e disseminação de informação. “A universidade pública, assim como as instituições de pesquisa pública, tem um papel indispensável no desenvolvimento de novas tecnologias, conhecimentos e procedimentos”, conclui Albuquerque.