Na manhã desta terça-feira (16/08), foi selada parceria entre o Ludus Lab e o Laboratório de Modelagem do Sistema Climática Terrestre (Labclim), ambos localizados na Escola Superior de Tecnologia (EST) da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Na ocasião, estavam presentes o cientista-chefe do Ludus Lab, Jucimar Maia Jr., o coordenador geral do Labclim, Francis Wagner Correia, e os pesquisadores Ricardo Barboza e Raimundo Oliveira, do Ludus Lab.
Segundo o cientista-chefe do Ludus Lab, Jucimar Maia Jr., os laboratórios fecharam uma parceria técnico-científica visando o desenvolvimento de algoritmos de Inteligência Artificial para modelagem do sistema ambiental e climático terrestre baseado na arquitetura de GPU (Graphic Processing Unit). Essa tecnologia consiste em uma placa de vídeo composta por diversos circuitos e elementos eletrônicos. Porém, seu papel mais importante é o de comportar um processador dedicado especialmente à renderização de gráficos em tempo real.
“O Ludus vai participar compartilhando máquinas com GPU de alto processamento e seus alunos, enquanto o Labclim participará com toda expertise que envolve esse tipo de algoritmo”, detalhou Jucimar.
O coordenador do Labclim, Francis Wagner Correia, explicou que nos últimos anos o laboratório tem desenvolvido pesquisa nas áreas de clima e ambiente, focado nas variações e mudanças no clima tanto naturais quanto de origem antropogênica (aumento do CO2, desmatamentos, urbanizações etc.). Além disso, tem contribuído para o desenvolvimento de pesquisas em previsões hidroclimáticas de secas e enchentes na bacia amazônica, utilizando o estado da arte em modelos matemáticos climáticos e hidrológicos.
“A parceria com o Ludus Lab contribuirá para o fortalecimento e consolidação dessas pesquisas, no desenvolvimento de novos modelos climáticos configurados para plataformas GPUs, assim como para a formação de pessoal em nível de graduação, mestrado e doutorado na Universidade do Estado do Amazonas (UEA)”, destacou professor Francis.
O professor Ricardo Barboza, pesquisador do Ludus Lab, explicou que com a utilização de GPUs em conjunto com CPUs (Central Process Unit, ou Unidade Central de Processamento), as simulações podem rodar mais rápido. A expectativa é que tenhamos mais capacidade de inclusão de mais parâmetros nas simulações, disse.
Segundo ele, a parceria do Ludus com o Labclim visa a implantação de máquinas com GPU para criação de um cluster. As máquinas, neste caso, operam como se fossem uma máquina única de grande desempenho.
“O Labclim trabalha com simulação atmosférica em clusters, utilizando CPUs. As simulações do laboratório já apontavam para a cheia recorde do rio Negro seis meses antes que o mesmo ocorresse, em 2021”, detalhou Barboza.