Editora UEA lança primeiro volume da coleção “Guia Funcional dos Jogos Esportivos de Bola”

A obra, disponível em formato e-book, classifica os jogos esportivos de bola em busca de compreender as suas performances, categorias e conceitos de funcionamento.

Com o objetivo de preencher a literatura técnico-acadêmica-científica com outros tipos de conhecimentos técnicos referentes à prática de jogos esportivos, a Editora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) lançou o primeiro volume da coleção “Guia Funcional dos Jogos Esportivos de Bola”. A obra, disponível em formato e-book, classifica os jogos esportivos de bola em busca de compreender as suas performances, categorias e conceitos de funcionamento. O Prof. Dr. Felipe Canan é o autor do livro. Hoje, no Dia do Profissional da Educação Física, o professor explica que, de maneira detalhada, a obra objetiva a descrição para valorizar as modalidades e características dos esportes de bola, bem como o vasto conhecimento técnico referente à educação física.

Como surgiu a ideia do livro e quanto tempo demorou para ser escrito e produzido?

Felipe Canan – A coleção surge a partir de uma inquietação. Na educação física escolar tem prevalecido, quando muito, o ensino de quatro modalidades esportivas tradicionais: basquetebol, futsal, handebol e voleibol. Ao passo que, em teoria, outros conteúdos do que chamamos de cultura corporal – esporte, jogo e brincadeira, ginástica, dança, luta e prática de aventura – deveriam estar sendo ensinados. A experiência e os dados científicos têm mostrado que, quando um conteúdo diferente dos tradicionais é ensinado por algum professor, normalmente é selecionado de maneira aleatória, porque o próprio professor é praticante ou porque, por qualquer razão, teve conhecimento sobre aquele conteúdo e achou curioso e interessante levar para a aula. Ou seja, nessa ótica, a educação física escolar, que deveria gozar de uma organização e sistematização de conteúdos, inclusive hoje, relativamente bem delineada pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), acaba ficando refém da boa vontade, ou não, da criatividade de cada professor. Isso contribui para que perca a legitimidade e impede o aprimoramento da cultura esportiva da sociedade.

Qual o objetivo da Editora da UEA com essa coleção?

Felipe Canan – Com a coleção, pretende-se contribuir, ao menos no que diz respeito aos jogos esportivos de bola, para que professores de educação física tenham um material concreto para subsidiar suas aulas sem incorrer em aleatoriedade. Consequentemente, isso contribuirá para o aprimoramento da motricidade humana e cultura esportiva da sociedade em geral.

Como deu-se a construção da obra?

Felipe Canan – O início do processo de construção da coleção aconteceu em 2019 e continua em processo. O primeiro volume, que propõe uma Teoria Geral dos Jogos Esportivos de Bola, teve início somente após um modelo analítico e descritivo dos jogos ter sido finalizado e a após muitos jogos terem sido analisados e descritos. Ou seja, a partir de um processo dialógico entre teoria e prática (práxis). A literatura ajudou na construção do modelo prático que, por sua vez, após aplicado, somou-se à literatura para a construção da Teoria proposta, subsidiando o entendimento da lógica da coleção e do próprio universo dos jogos esportivos de bola de maneira geral.

Qual a proposta da coleção?

Felipe Canan – A proposta da Coleção é oferecer um inventário o mais completo possível de jogos esportivos de bola, descritos objetivamente no sentido de explicar “como o jogo é jogado”. Não há histórico, curiosidades, regras formais de competição e arbitragem, mas sim a descrição da lógica interna do jogo, em busca de contribuir para que professores de educação física e sociedade em geral conheçam e consigam “aplicar” cada jogo, consigam vivenciá-lo, jogá-lo. Paralelamente, há o desenvolvimento de constructos teóricos que visam contribuir para a compreensão e sistematização desse universo de jogos esportivos de bola. Ou seja, não se trata de uma descrição aleatória de alguns jogos, mas sim da tentativa de estruturação e, em alguma medida, criação do conhecimento relativo a esse universo, reunindo teoria e prática.

No primeiro momento o livro está disponibilizado em formato e-book. Há a proposta dele ser físico ou produzir outras edições?

Felipe Canan – Há a ideia de produzir cópias físicas no futuro, tanto do primeiro volume quanto dos demais, tendo em conta que muitas pessoas ainda preferem ler e estudar os livros em formato físico.

Qual a importância da obra para a comunidade acadêmica, para o Amazonas e para a literatura?

Felipe Canan – A obra visa introduzir e sistematizar um conhecimento ainda precário no nosso país. Espera-se que possa servir de referência em relação ao universo dos jogos esportivos de bola e que possa servir de modelo para que trabalhos semelhantes possam ser construídos em relação a outros tipos de esporte (diferentes dos jogos esportivos de bola) e às demais manifestações da cultura corporal (jogo e brincadeira, ginástica, luta, dança e prática de aventura). Não significa afirmar que não haja trabalhos semelhantes na literatura, mas sim que não apresentam essa ideia de sistematização e essa completude.

O que espera de agora em diante?

Felipe Canan – Se houver boa aceitação por parte da sociedade, a coleção contribuirá para uma educação física escolar e formação superior em Educação Física com maior qualidade em nosso país, para uma ampliação da motricidade e cultura esportiva da sociedade e para que a UEA, o estado do Amazonas, aumentem seu destaque em âmbito nacional e, quiçá, internacional na área da Educação Física.

Para download gratuito, a obra está disponível no Repositório Institucional da UEA, no link abaixo: http://repositorioinstitucional.uea.edu.br/handle/riuea/4126

Currículo – Felipe Canan é graduado em Licenciatura Plena em Educação Física pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) (2002) e em Direito pela Universidade Paranaense (Unipar) (2015). Possui mestrado em Educação Física pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e doutorado em Educação Física pela Universidade Estadual de Maringá (UEM).

Texto: Jacqueline Nascimento/Ascom UEA

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