UEA comemora Abril Indígena com atividades na ENS

A programação continua nesta terça-feira (23).

A Universidade do Estado do Amazonas (UEA) realizou na quarta-feira (17), na Escola Normal Superior (ENS), atividades alusivas às comemorações ao abril indígena, por meio do projeto ‘Tecendo diálogos interculturais’. A programação, que continua nesta terça-feira (23), contou com intervenções, exposições de fotografias dos cursos de Pedagogia Intercultural Indígena, exibição e venda de artesanatos e produtos do ‘Centro de Medicina Indígena’, oficinas, mesas redondas, apresentações culturais e lançamento de livro.

A diretora da ENS, professora doutora Vanúbia Moncayo explicou que o projeto ‘Tecendo diálogos interculturais’ visa fomentar a política de permanência dos acadêmicos indígenas dentro da universidade. “O objetivo do projeto é dar essa visibilidade a esses acadêmicos, apoiar as iniciativas deles como protagonistas do seu percurso formativo, no sentido de que eles são pesquisadores da própria cultura, e nesse sentido eles têm muito a oferecer à universidade”, enfatizou.

Moncayo salienta que é um grande orgulho para a direção dar essa oportunidade para todos, contribuindo para que a cultura indígena se aproxime da universidade. “Nós acreditamos que a universidade tem não só um papel acadêmico-cientifico, mas um papel social, essa é uma oportunidade que os indígenas têm para mostrar seu trabalho, sua cultura, e não só o conhecimento ocidental”.

Para a aluna de ciências biológicas, Sâmela Silva, o projeto é importante para identificação dos acadêmicos indígenas e vem como uma auto-afirmação para os acadêmicos. “Atualmente, no nosso projeto temos cerca de 20 acadêmicos indígenas envolvidos. Quando entrei em 2015 não conhecia ninguém, nem acadêmicos indígenas nem outros acadêmicos, procurava alguém para recorrer, mas não tínhamos. Esse ano fizemos a acolhida dos calouros, onde procuramos os calouros do primeiro período para apresentarmos todos os movimentos que nós temos”.

Indígena Munduruku tem primeiro livro lançado

Segundo o autor do livro “Canumã: A Travessia” e professor da UEA, Ytanajé Coelho, a obra é um marco na história do povo Munduruku. Ele relata que escreveu o livro devido a preocupação com a perda de vidas indígenas no Brasil e que por isso resolveu escrever um texto que pudesse dar voz aos povos indígenas, no caso o povo Munduruku. “Aqui no Amazonas você vê uma parte do povo Munduruku que deixou de falar a língua e o livro tem essa natureza de resistência, como forma de contribuir para que a voz dos povos indígenas, e, sobretudo, a do povo Munduruku seja ouvida, de maneira que nós consigamos fortalecer as políticas de resistências desses povos”.

Texto: Guilherme Oliveira e Mirineia Nascimento/ASCOM UEA

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