OUVIDORIA
O Programa Live Conversas Impertinentes, da TV Lepete, conquistou um marco histórico na última quinta-feira (4). A live com a filósofa e ativista, Angela Davis, ultrapassou a marca de 10 mil visualizações no canal do YouTube, além de ser assistido por mais de dez países como Brasil, Estados Unidos, França, Alemanha e Canadá. O programa é uma iniciativa do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Experiências Transdisciplinares em Educação da Universidade do Estado do Amazonas (Lepete/UEA).
Com o tema ‘Feminicídio, Genocídio e Pandemia’, o debate reuniu acadêmicos, professores, pesquisadores e a sociedade. “A live com Angela Davis foi histórica para o Amazonas e para o Brasil. O papel da UEA nesse processo foi de vital importância não apenas pelo apoio técnico que foi dado ao Lepete pelo Magnifico Reitor, mas de nos conectarmos com a comunidade acadêmica e a sociedade, e de criamos novos vínculos e afetos. Também atingimos novos mundos levando conhecimento e traçando paralelos entre os contextos estatudienses e o Brasil com suas políticas conservadoras, suas posições fascistas, homofóbicas, misóginas, machistas e, claramente, antiambientalista dos seus governantes”, destacou a coordenadora do Lepete/UEA, Eglê Wanzeler,
A também coordenadora da TV Lepete, professora Ceane Simões, salientou que a live de mais de duas horas demonstrou a sororidade e a luta das mulheres. “Diante das dificuldades de uma transmissão bilíngue online, duas participantes, solidárias e espontaneamente, traduziram simultaneamente para o português as falas de nossa convidada. Isso foi simplesmente sensacional e demonstra o quão necessária e inspiradora é a presença de Angela Davis e que a luta das mulheres é uma necessidade e uma urgência que precisa ser visibilizada e respeitada. Ouvir Angela Davis fazendo referência a importantes mulheres negras brasileiras, como Lélia Gonzalez e Marielle Franco, e reverenciando Conceição Evaristo foi muito emocionante”, pontuou.
“Eu acho que essa live entra para história do Lepete e da UEA como uma das mais belas coisas que ocorreram durante esse momento em que não podemos nos reunir presencialmente nos corredores e nas salas de nossa universidade. Vamos lembrar do ano de 2020 como o ano em que a UEA conversou com Angela Davis”, observou o professor da UEA e também um dos coordenadores do Programa Conversas Impertinentes, Leonardo Peixoto.
Pandemia e luta de classes
A Pandemia do Coronavírus evidenciou diversos problemas no mundo e emergiu as questões de classe, raça e gênero como explica a professora Dra. Maristela Silva. “Ficou claro que a campanha de distanciamento social não é possível para moradores das favelas, não foi permitida para trabalhadores de serviços básicos, e certamente foi doloroso para mulheres que sofrem violência doméstica. Acredito que devemos estar alerta às manifestações que agora testemunhamos pelo mundo, pois revelam questões que precisamos confrontar para manter uma sociedade democrática”, sintetizou.
É o que corrobora a coordenadora do Lepete. “Angela trouxe uma mensagem de esperança na juventude, como grupo social capaz de fazer a grande revolução, apesar dela achar que a luta pela liberdade nunca acaba. Talvez aí resida a nossa força, resistência, nossos sonhos”, finalizou.
