Devido o momento atual de pandemia do Covid-19, as atividades artísticas tornaram-se limitadas. Para manter os trabalhos do Madrigal Amazonas foram necessárias adaptações para o meio digital e, dentro das limitações, obedecendo ao isolamento social e as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Uma das estratégias foi a criação de uma sala de aula no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), a criação de um roteiro de atividades para os integrantes do grupo, além de montar um cronograma com os encontros mensais no período de maio a julho.
Durante os três meses, os membros do Madrigal estudaram poemas para coro musicados pelo professor da Escola Superior de Artes e Turismo da Universidade do Estado do Amazonas (Esat/UEA), maestro Adroaldo Cauduro. O conteúdo ainda integrava orquestra de cordas e músicas instrumentistas solistas de importantes poetas como os amazonenses Thiago de Mello, Tenório Telles, Elson Farias, Luiz Bacellar e Astrid Cabral, os gaúchos Mario Quintana, Carlos Nejar e Maria Dinorah, o português Fernando Pessoa, o espanhol Federico Garcia Lorca e a americana Emilly Dickinson.
Durante o processo de estudo do repertório, o grupo gravou ainda vídeos das peças “Kyrie”, da Missa da Coroação de Mozart e o poema “Mar Português”, de Fernando Pessoa. Os vídeos foram produzidos a partir de gravações caseiras individuais produzidas pelos integrantes, que posteriormente foram editados e justapostos, simulando o canto em grupo das obras. “As gravações são gestos de solidariedade à comunidade em tempos tão difíceis característicos de isolamento social. Em breve, os vídeos serão divulgados em plataformas virtuais”, explicou o maestro.
Motivação é o combustível
Cauduro enfatiza que foi preciso manter a “chama acesa” do grupo para continuar motivado a obter um resultado artístico de excelência. “Para nós esse é o maior desafio, pois o contato pessoal durante os ensaios e a construção da sonoridade coletiva das obras musicais são fundamentais para o fortalecimento do espírito coletivo do grupo e obtenção de um resultado artístico de qualidade”, destaca.
Segundo o maestro Adroaldo, todas as atividades do Madrigal Amazonas da UEA são dirigidas à comunidade, incluindo peças tradicionais do repertório coral e composições inéditas envolvendo artistas brasileiros e do cenário amazonense. “Fico feliz em poder contribuir com a comunidade e a Universidade durante esse período de isolamento social. As atividades artísticas, em especial as atividades musicais, ajudam pessoas a seguirem em frente e superarem suas angústias e incertezas diante desta Pandemia tão avassaladora”, enfatizou.
Festivais online
O Madrigal participará ainda do 6º Festival Amazonas de Corais (FAMCOR), do 1º Festival Brasil On-Line de Coros, Canta Brasil 2020 – Prefeitura de Caxambu e do XVIII Festival Paraibano de Coros On-line (Fepac). As apresentações serão do poema musicado “Mar Português” e o vídeo do “Gloria” da Missa em Dó Maior KV317 – Missa da Coroação – de W. A. Mozart, gravado durante o 5º Festival Amazonas de Corais (FAMCOR) no qual o Madrigal, em conjunto com a Orquestra Sinfônica, interpretou a missa completa.
O 6º FAMCOR acontece no período de 16 a 19 de setembro, o Canta Brasil 2020 ocorre de 23 de setembro a primeiro de outubro, o XVIII Fepac 2020, de 04 a 06 de novembro e o 1º Festival Brasil On-Line de Coros está previsto para outubro.
Sobre o Madrigal Amazonas da UEA
Composto por 26 cantores e um pianista correpetidor, O Madrigal Amazonas da UEA é um projeto de extensão que visa proporcionar experiências formativas aos seus membros por meio da prática do canto coral, bem como formar apreciadores musicais dentro da comunidade e difundir um repertório musical variado.
O Madrigal Amazonas da UEA se apresenta como um importante espaço de aprendizagem para os alunos do curso de Música da UEA, assim como para membros da comunidade interna e externa, interessados em adquirir e desenvolver saberes no campo da Música. Oportuniza o contato direto de seus membros com atividades do cotidiano do músico, como estudo individual e coletivo, organização pessoal, participação e condução de ensaios, prática de exercícios técnicos, análise de repertório, realização de escolhas interpretativas, entre outros.
Texto: Guilherme Oliveira/ASCOM UEA