Academia STEM promove roda de conversa sobre participação de mulheres e meninas na Ciência

O evento, que ocorreu de forma virtual, contou a participação de docentes e alunas dos cursos de Engenharia da Universidade do Estado do Amazonas

​Nesta quinta-feira (11), o Projeto Academia STEM promoveu a Roda de Conversa Meninas e Mulheres na Ciência STEM, com a participação de docentes e alunas da instituição, além de bolsistas do projeto.

Tendo como mediadora a engenheira de Materiais, Priscila Gonçalves, o evento virtual contou com as participações da diretora e professora da Escola Superior de Tecnologia da UEA (EST/UEA), Ingrid Gadelha e das professoras Danielle Valente e Marilene Araújo de Faria.

​De acordo com a professora Ingrid Gadelha, em 2020, a EST/UEA contava com 74% de homens na docência e 26% de mulheres. Ela revelou que em seu mestrado, de um total de 20 alunos, eram apenas duas mulheres, sendo ela a única a finalizar a pós-graduação.

​“Dentro da EST/UEA sou a única professora da Engenharia Elétrica e Eletrônica. Sempre fui respeitada e bem recebida pelos meus pares, nas reuniões do colegiado. Acredito que a melhor resposta é sempre mostrar a nossa competência”, comentou.

​Ainda de acordo com Ingrid, no ano de 2020, os cursos de Engenharia de Materiais, Engenharia Eletrônica e Engenharia Mecânica não contaram com professoras. Porém, nos cursos de Engenharia Civil e Meteorologia, há um equilíbrio, sendo 50% homens e 50% mulheres. Já nos cursos de Engenharia Química e Licenciatura em Computação, as mulheres são gênero dominante, ocupando 54% e 63% dos cargos, respectivamente.

Ao se candidatar à vaga de diretora da Escola Superior de Tecnologia, a docente contou que recebeu apoio da família e que, inclusive, “sofria pressão”, tanto de homens quanto de mulheres, para exercer o cargo. “Fui afortunada por essa falta de preconceito. Concorri porque viram em mim a competência técnica e a pessoa para exercer esse cargo”, falou.

No que diz respeito as discentes, a maior procura é pelos cursos de Engenharia Química e Licenciatura em Computação. Já os cursos menos procurados são os de Engenharia Elétrica, Engenharia de Automação e Engenharia Naval. Os cursos de Engenharia de Materiais, Eletrônica e Mecânica não tiveram adesão feminina em 2020.

“Devemos procurar forças e encorajar outras mulheres a exercerem cargos importantes. Por isso a importância da formação de uma rede apoio que não nos deixe abater diante das pressões. Na antiga Utam (Instituto de Tecnologia da Amazônia) já haviam representantes femininas, mas na UEA, fui a primeira mulher a exercer a função de diretora”, salientou.

Já a professora Danielle Valente revelou que sempre foi adepta da área de tecnologia, mas acredita que a falta de informação afasta as pessoas da área. “Na faculdade, a representatividade feminina foi bem menor. Então fiz uma conta rápida, não chegou a dez mulheres no curso de processamento de dados, nos anos 1990. Agora, em 2020, tivemos ainda apenas duas alunas no curso de Ciência da Computação, um número baixíssimo. Mas acreditamos que o pilar Atração da Academia STEM fará esse trabalho”, apontou.

As convidadas manifestaram em diferentes momentos da conversa que no envolvimento nas pesquisas, ensino e gestão sentiam orgulho de gerar conhecimentos, formar recursos humanos e gerar soluções inovadoras lado a lado com os colegas homens. Segundo elas, o cenário está mudando.

Vale ressaltar que o projeto Academia STEM é financiado pela Samsung com recursos oriundos da Lei n. 8.387/1991, estando sua publicidade em consonância com o Art. 48 do Decreto n. 6.008/2006.

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