Obra que descreve relação do teatro com indígenas tem colaboração de docente da UEA

Trata-se de uma coletânea de textos feitos por autores de várias regiões do Brasil, Chile e Equador.

O professor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Luiz Davi Gonçalves, colaborou com a criação do livro “Teatro e os povos indígenas, janelas abertas para a possibilidade”. O objetivo do trabalho é correlacionar pensamento e prática teatral junto à singularidade das experiências de artistas indígenas. Trata-se de uma coletânea de textos feitos por autores de várias regiões do Brasil, Chile e Equador. Os textos abordam as relações entre o teatro e os povos originários.

O docente, que atua na Escola Superior de Artes e Turismo (ESAT/UEA), teve participação na obra com o artigo “Teatro e povos indígenas: o perigo da folclorização”. Com uma visão que valoriza a verdadeira cultura do indígena, sem folclorizar e distorcer a realidade, o artigo do professor trata sobre como o artista, o pesquisador e o indígena podem trabalhar juntos. Além disso, o texto indaga como realizar um encontro simétrico entre o teatro e conhecimento tradicional. O material é resultado das experiências entre o grupo de pesquisa da UEA, ‘Tabihuni: Núcleo de Pesquisas e Experimentações das Teatralidades Contemporâneas e suas Interfaces Interculturais’, com indígenas da etnia Tukano.

Sobre a criação

Exercendo trabalhos que relacionam a arte e a comunidade indígena há 20 anos, a organizadora do livro, Andreia Duarte, morou durante cinco anos com o povo Camaiurá. Foi a partir das experiências adquiridas e dos conteúdos científicos de pesquisa e arte que surgiu a premissa de compor o livro. Junto com a artista Naine Terena, Andreia decidiu descrever o pensamento dos indígenas a respeito do cruzamento entre etnia e arte. O livro surge como uma forma de estimular e mostrar a presença indígena no teatro, nas artes, e como essa narrativa acontece.

“Os indígenas podem e devem estar onde quiserem. A representatividade desses artistas é muito necessária. Tenciona um lugar de uma arte colonial, fragmentada e propõe outras formas de pensamentos. Quando usam a linguagem do teatro, usam de forma expandida. É importante criarmos, sempre juntos, aberturas de espaços para que os povos indígenas estajam cada vez mais presentes em todos os cenários”, disse Andreia.

A obra também teve os artigos publicados de João Paulo Barreto Yepamahsã, Luiz Davi Vieira Gonçalves, Juão Nyn, Juma Pariri, Lilly Baniwa, Verônica Fabrini, Raquel Rodrigues Kubeo, Jade Reginaldo Ribeiro, José Ricardo Roberto, Jaider Esbell, Carla Ávila, Paula González Seguel, Helena Indiara Ferreira Corezomaé, Emerson Uýra, Ana Luiza da Silva, Dayane Nunes Yepario, Anderson Kary Báya e Juan Francisco Moreno.

Os textos começaram a ser publicados na terça-feira (27/07), e será postado um por semana, no site da editora N-1 e da Outra Margem. Após todos os textos terem sido disponibilizados, o livro completo será divulgado. A previsão de lançamento da obra está para o mês de outubro.

Para conferir os sites da Outra Margem e N-1 Edições, acesse os links abaixo.

Texto: Guilherme Oliveira/ASCOM UEA

EditalEdital