Compartilhar conhecimentos e desenvolver habilidades, esse é o objetivo do complexo de laboratórios do projeto Academia STEM, inaugurado nesta sexta (15/10), em Manaus. O espaço de 1.500m² abriga laboratórios, salas de aula, ambientes de convivência e dois laboratórios móveis instalados em carretas totalmente adaptadas, que levarão cursos e treinamentos para estudantes do Ensino Médio da rede pública da capital e região metropolitana. O complexo de laboratórios do projeto Academia STEM (do inglês, Science, Technology, Engineering e Mathematics) está instalado na Escola Superior de Tecnologia da Universidade do Estado do Amazonas (EST/UEA).
O projeto incentivado pela Samsung tem como objetivo difundir os cursos de engenharia da UEA entre alunos de Ensino Médio da rede pública, além de formar acadêmicos de cinco áreas das Engenharias da Universidade: Engenharia Elétrica, de Produção, da Computação, de Automação e Controle, Engenharia Eletrônica e Sistemas de Informação.
Durante a solenidade, o reitor da UEA, Cleinaldo de Almeida Costa, destacou a importância da responsabilidade social e da grandiosa contribuição da Samsung neste processo. Cleinaldo pontuou sobre o novo cenário de oportunidades para os estudantes que começa a ser desenhado com a inauguração da Academia STEM/UEA.
“O que a Samsung está fazendo aqui, neste exato momento, com a presença de sua diretoria é exatamente responsabilidade social do mais alto grau, num local que tem por característica agarrar com unhas e dentes as oportunidades e fazê-las acontecer. Estamos falando de métrica, de produzir consciência, produzir ciência de qualidade, ciência aplicada que entra na qualidade de vida das pessoas. Começaremos a ver resultados consistentes da Academia STEM à medida que todas essas cabeças pensantes estiverem reunidas com um objetivo em comum. Não queremos ter um aluno contratado no exterior, queremos mil alunos contratados no exterior. Estamos formando para o mundo”, disse.
O reitor completou dizendo que com a inauguração da Academia STEM está plantada uma semente muito importante para o desenvolvimento do Amazonas. “Temos que olhar para o futuro e nos inspirar em outros exemplos mais desenvolvidos. Pessoas que virão para dinamizar esse ambiente encontrarão oportunidades. Isso é muito importante para o país”, salientou.
O vice-presidente de Relações Institucionais da Samsung América Latina, Mario Laffitte, comentou que a sociedade brasileira precisa ter mais engenheiros e técnicos com formação na direção da tecnologia, das ciências e da matemática. Laffitte ressalta que isso é importante para o desenvolvimento do país e que a Samsung acredita que é somente através da educação que se transforma a sociedade, os países e as comunidades.
“A nossa conexão com a educação vem de longa data. Todo nosso investimento de responsabilidade social é aplicado à educação. É uma satisfação muito grande podermos direcionar os investimentos possíveis ao ensino, até porque nós também precisamos de profissionais de alto nível de formação em nossos cargos. A Samsung está há mais de 30 anos atuando no Brasil, trazendo às comunidades onde está inserida oportunidades de desenvolvimento, trabalho e investimentos”, comentou.
A secretária executiva de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Amazonas, Tatiana Schor, disse que uma universidade só se faz com espaços de networking e para que esse desafio seja de sucesso é preciso fazer a aproximação da academia com a biodiversidade.
“O desafio de ter um local como esse, com uma produção científica como esta, dentro da maior floresta tropical do mundo em pé, é fazer com que esses dois sistemas conversem, porque isso é o futuro. Quando conseguirmos fazer com que o STEM, a tecnologia da informação e da comunicação estejam alinhadas com a nossa sociodiversidade, geodiversidade e biodiversidade, estaremos falando de futuro. O STEM é, sem dúvidas, um marco no fortalecimento desta universidade de extrema relevância. Quem conhece o Amazonas sabe a importância que a UEA tem no estado”, disse.
Estrutura
Com capacidade para receber 500 estudantes, os três andares da sede fixa do projeto STEM Lab contam com dez salas de aula e espaços interativos. No térreo, o Centro de Convivência (CDC), é composto por um amplo ambiente para interação e aberto para todos os acadêmicos. Os espaços de ensino, localizados nos dois andares superiores, foram construídos com paredes móveis, que possibilitam a ampliação das salas, conforme a necessidade de adaptação.
Além disso, o espaço foi integralmente pensado para facilitar o ensino por meio de metodologias ativas, que buscam colocar o aluno como uma peça central do processo de aprendizagem. O prédio conta ainda com laboratórios especificamente voltados para aulas de automação e computação.
Devido à pandemia de Covid-19, os estudantes do projeto participam das aulas oferecidas de forma remota. A partir da inauguração, os cursos poderão ser ministrados nas salas do novo espaço e a ocupação acontecerá de forma gradativa, a depender da flexibilização das medidas sanitárias.
Laboratórios itinerantes: carretas
Os laboratórios itinerantes têm a proposta de difundir o conhecimento em robótica, linguagem de programação, movimento maker (que estimula qualquer pessoa a construir, consertar e fabricar diversos tipos de projetos, também chamado de “Faça Você Mesmo” no Brasil).
“Trata-se de uma importante ação voltada para aumentar o interesse dos estudantes em carreiras nas áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática, para causar um impacto positivo no mercado de tecnologia da região amazônica”, disse o coordenador-geral da Academia STEM, professor Dr. Jucimar Maia Júnior, ao comentar que a nova estrutura possibilitará uma maior eficiência nos resultados provenientes das atividades ali desenvolvidas.
Pilares de ensino
O projeto Academia STEM é composto por três pilares, onde cada um tem um foco diferente: alunos do Ensino Médio, Ensino Superior e, por fim, o preparo do estudante para o mercado de trabalho e para empreender.
O pilar Atração, o primeiro entre os três, visa despertar o interesse de alunos do Ensino Médio para as áreas STEM, com o objetivo de incentivar o ingresso desses estudantes nos cursos de engenharia da EST/UEA. São desenvolvidas atividades nas mídias sociais por meio de podcasts, lives e vídeos informativos, além da oferta de cursos gratuitos de capacitação on-line.
Criar um ambiente que potencialize a formação dos estudantes é o principal objetivo do pilar Permanência. As atividades buscam reduzir as lacunas de conhecimento ao oferecer um ensino complementar e, dessa forma, diminuir a taxa de evasão dos estudantes de graduação. Aos estudantes participantes deste pilar, são oferecidas bolsas de estudo.
No pilar Excelência, as atividades pretendem viabilizar a estruturação e perpetuação de um pólo único de conhecimento que potencialize maior aderência entre as formações ofertadas nos cursos de engenharia no Amazonas e as competências demandadas no Polo Industrial de Manaus (PIM). A partir do uso de modernas técnicas, metodologias e iniciativas de aprendizagem, as atividades incluem um portfólio de programas e ações de capacitação.
Fotos: Herick Pereira/SECOM