Projetos de professores do CESIT são aprovados em edital da Fapeam

Projetos são destinados a colaborar com o desenvolvimento da sustentabilidade, biodiversidade e qualidade do solto de Itacoatiara.

Um total de cinco projetos do Centro de Estudos Superiores de Itacoatiara da Universidade do Estado do Amazonas (CESIT/UEA) foi aprovado no Programa Estratégico de Desenvolvimento do Setor Primário Amazonense (Prospam) e Programa Biodiversa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). Os professores Victor Alexandre Hardt Ferreira dos Santos, Victor Fassina Brocco e Luís Antônio Coutrim dos Santos se dedicaram ao elaborar ações pertinentes aos recursos naturais da Amazônia.

Entre outras finalidades, os resultados gerados pelas iniciativas vão colaborar com o desenvolvimento da sustentabilidade, biodiversidade e qualidade do solo no município de Itacoatiara. Consequentemente, os frutos vão refletir no território amazonense como um todo.

O professor Victor Fassina coordenará o projeto “Desenvolvimento de um produto para acabamento e proteção da madeira à base de extrativos e resinas naturais amazônicas”, que foca em avaliar a formulação de diferentes materiais à base de extrativos e resinas da Amazônia para melhoria das propriedades físicas, biológicas e de resistência ao intemperismo de madeiras de menor valor comercial.

De acordo com o professor, a motivação surgiu com o aumento de pesquisas internacionais com interesse no aprimoramento de revestimentos para madeira e o desempenho sob condições adversas de exposição. “Neste ponto de vista, a diversidade de espécies florestais da Amazônia, demonstra ter potencial para fornecer produtos de retorno mais sustentáveis”, apontou Fassina.

Os projetos coordenados pelo professor Luís Antônio Coutrim, recebem os títulos de, respectivamente, “Erodibilidade, atributos e dinâmica do carbono orgânico em solos sob sistemas agroflorestais, reflorestamento florestal e floresta nativa no Médio Amazonas” e “Educação ambiental em solos: conscientizar para preservar”.

O primeiro pretende estudar a influência da conversão de áreas nativas para áreas cultivadas. O trabalho mostra a relevância ao considerar a problemática do desmatamento, substituição e ocupação da floresta amazônica por áreas de cultivo.

Enquanto o primeiro se dedica à dinâmica do carbono orgânico, o segundo objetiva criar o Centro de Exposição de Solos, Rochas e Minerais do Amazonas. O centro servirá para realização de experiências práticas de caracterização, conservação, restauração e uso sustentável dos solos do Amazonas. Além disso, vai propiciar a divulgação, difusão e popularização do conhecimento sobre solos. Dessa forma, será estimulada a compreensão do funcionamento dos solos e as relações com os demais compartimentos do ecossistema.

Regeneração de espécies arbóreas

Já os projetos coordenados pelo professor Victor Hardt tratam sobre o “Diagnóstico e condução da regeneração natural de espécies arbóreas comerciais em manejo florestal de pequena escala no Médio Amazonas” e “Produção de mudas de espécies florestais de importância socioeconômica na Amazônia”.

O primeiro projeto enfatiza como é imperativa a realização de estudos que investiguem os fatores que afetam a regeneração natural no manejo florestal em pequena escala no médio Amazonas, e quais medidas podem ser tomadas para melhorar. Os resultados obtidos serão importantes para o setor florestal, que desempenha um papel de destaque no setor primário amazonense, pois fortalecerá a relevância das atividades florestais como mecanismo de conservação.

Com o objetivo de introduzir conhecimento científico para produção de mudas de espécies florestais de valor socioeconômico na Amazônia, a segunda iniciativa frisa o potencial da Amazônia para suprir madeira e produtos florestais não madeireiros. O suprimento acontece por meio de plantios florestais e manejo de florestas nativas.

De acordo com Hardt, caso esse potencial seja somado à demanda crescente de madeira serrada de espécies tropicais e aos acordos internacionais para restauração de 12 milhões de florestas nativas no Brasil, a Amazônia poderá se tornar referência mundial em silvicultura tropical. “No entanto, muitas barreiras precisam ser superadas para que esse cenário seja factível. Uma dessas barreiras é a produção de mudas de espécies com qualidade fisiológica e genética”, observa o professor.

Texto: Guilherme Oliveira/ASCOM UEA