“Bioeconomia e Inovação – Avanços e Desafios – Gestão da aprendizagem tecnológica em países de economias emergentes” foi tema do painel apresentado pelo reitor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), professor Dr. André Luiz Nunes Zogahib, nesta terça-feira (21/06), durante a realização do Fórum Permanente de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas, promovido pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), no salão Solimões – Palácio Rio Negro, zona Sul de Manaus.
A iniciativa tem como objetivo fortalecer a matriz econômica com atividades que apresentam potencial no Amazonas, além de prever a criação de um plano estratégico para alavancar e diversificar a economia do Estado.
Mais que um modelo de diversificação econômica, o Fórum foi desenhado para discutir e criar alternativas que gerem ocupação e renda para a população da capital e do interior, fortalecendo e complementando a economia do Polo Industrial de Manaus (PIM). Para o interior, a ideia é trabalhar a expansão de lavouras industriais (cacau, café, açaí e outras culturas), assim como incentivar o uso sustentável dos recursos naturais, a exemplo do manejo florestal sustentável.
Durante a apresentação, o reitor da UEA explicou que não é a economia que desenvolve a tecnologia, mas o desenvolvimento tecnológico que amplia a economia. Zogahib destacou ainda que o estado do Amazonas tem avançado nesse processo ao longo desses quatro, porém é necessário continuar investindo para alcançar um patamar de significância.
“Existe um sistema chamado “triple hélice”, que significa: trabalhar o investimento do governo, das universidades e das corporações privadas dentro desse processo para que seja gerado um valor sinegético de agregação de matriz econômica. Não adianta governo e iniciativas privadas trabalharem sozinhos e as universidades se isolarem no mundo. Precisamos dialogar enquanto sociedade para que possamos produzir pesquisas que, realmente, gerem valor agregado para a sociedade. Produzimos muito e bem, mas temos que produzir com valor agregado, ter um diferencial competitivo e, a partir do desenvolvimento de pesquisa, nas mais diversas áreas, vamos começar a ter os mais diversos cenários”, enfatizou.
Potencialidades
Na inovação tecnológica, a Sedecti e instituições parceiras irão apoiar as startups, que na maioria são lideradas por jovens, trazem soluções inovadoras para atender a necessidades do mercado. A economia criativa também está ligada à inovação e essa iniciativa gera conteúdo de consumo, de bens e serviços.
De acordo com a Sedecti, a ideia de diversificação econômica inclui atividades como a exploração do gás, potencialidade comprovada e em plena expansão, e o manejo florestal, que tem como diretriz a conservação da floresta e a produção sustentável.
Atualmente, o estado conta com uma média de 32 milhões de hectares de florestas passíveis de fazer manejo florestal sustentável. Desse total, já estão sendo habilitados mais de 2,5 milhões de hectares para início imediato do plano de manejo.
Outros ativos da bioeconomia como o pirarucu de manejo, conhecido como “a pérola do extrativismo moderno”. E, ainda, atividades de potencial econômico no interior do estado como a piscicultura (criação de peixes), óleos vegetais, farinha, banana, açaí, cacau e castanha-do-Brasil.
No turismo, a ideia é mostrar a diversidade local de forma sustentável e criativa, priorizando roteiros que valorizem as belezas naturais da região.
Parcerias
O evento contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e da Agência de Cooperação Técnica Alemã (GIZ), além da participação de instituições de todos os segmentos público e privado que promovem, direta e indiretamente, a economia do estado, assim como a presença de empresas com potencial investidor.
Foto: Daniel Brito/ASCOM UEA