“Clube de leitura” reúne alunos de engenharia da UEA e autoras da literatura amazonense

O primeiro encontro foi com a escritora Sandra Godinho, autora da obra Terra de Promissão

“Não existe um escritor se não houver um leitor”, foi assim que Sandra Godinho, autora de Terra da Promissão, descreveu a relação entre os dois lados da literatura. A autora foi a escolhida pela professora Fátima Souza para a primeira leitura do Clube de leitura que reúne alunos dos cursos de Engenharia (Civil, Elétrica e Mecânica) da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) com a discussão em torno da obra “Terra de Promissão”.

O encontro ocorreu na quinta-feira (11/08), no auditório da Escola Superior de Tecnologia (EST) da UEA e para Sandra Godinho foi uma grande experiência. “Nunca, nem nos meus melhores sonhos, pensei que me reuniria com uma classe para discutir sobre um livro meu e, muito menos, que fosse numa classe de Engenharia, que são alunos voltados para questões envolvendo cálculos e exatas. Mas se você tiver a oportunidade de trocar ideias e de levantar questões que acontecem dentro da sociedade com o ser humano, acho que já valeu muito a oportunidade”, relata a autora.

A iniciativa do Clube de Leitura vem como atividade da disciplina Comunicação e Expressão, parte obrigatória da grade curricular das engenharias, onde os alunos fazem a leitura das obras e, ao final, realizam o encontro com a autora para uma discussão sobre a obra. A professora Fátima Souza, que ministra a disciplina, descreve a atividade como uma forma de sair um pouco dos conteúdos e se aventurar pela leitura. “Isso nos leva por muitos mundos, mas também faz a gente pensar em todo trabalho que tem por trás, como planejamento, processo de pesquisa da autora que é o que acontece também na universidade”.

Para os alunos a experiência foi inovadora e muitos se engajaram para saber mais sobre as questões levantadas no livro “Terra de promissão”, que conta a história de Isaac Levy, judeu marroquino que veio com a família para a Amazônia.

A aluna Nabila Litaiff conta que a leitura do livro foi desafiadora. “O livro tem uma base histórica bem ampla. E o que mais me tocou foi a questão psicológica dos personagens, como é abordada a questão da luta deles, do que tiveram que fazer para ser quem eles eram, e o porquê dos remorsos e das culpas. De certa forma, acho que todo mundo vive aquilo. Gostei do arranjo que a autora fez”, explica a acadêmica de Engenharia Mecânica.

O Clube de Leitura continua com suas atividades. A próxima leitura será da obra “Terra úmida”, da escritora Myriam Scotti.

Texto: Caroline Souza/Ascom UEA

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