Curso de Geografia do Cestb/UEA estará presente em mesa sobre intolerância religiosa

Evento acontecerá no dia 21/11, no Ifam de Tabatinga, como parte de projeto de extensão do instituto

O Campus de Tabatinga do Instituto Federal do Amazonas (CTB/Ifam) promoverá, na segunda-feira (21/11), uma mesa-redonda com dois alunos bolsistas e um professor do curso de Geografia do Centro de Estudos Superiores de Tabatinga da Universidade do Estado do Amazonas (Cestb/UEA). O encontro é promovido pelo projeto de extensão “Ciclo de palestra e produção de material informativo bilíngue (Português/Ticuna)”, do Ifam, e discutirá, principalmente, sobre intolerância religiosa.

Orientados pelo Prof. Dr. Reginaldo Conceição, os projetos de Silva Lucas e Anderson Rodrigues abordam temas inerentes às religiões de matriz africana: “Por uma Geografia dos ‘espaços encantados’: elementos espaciais e simbólicos presentes nas religiões afro-brasileiras”, projeto de iniciação científica feito por Lucas; e “Caminhos de Terra: a Lei 11.645/2008 das Comunidades Tradicionais aos Ambientes Educacionais”, projeto de extensão integrado por Rodrigues.

De acordo com Rodrigues, a iniciativa de seu projeto partiu da ausência das artes visuais e acadêmicas em assuntos ligados à sociedade afro-brasileira e indígena nos ambientes educacionais. “A Secretaria de Promoção à Igualdade Racial reeditou seu estatuto em 2012. Nele, várias questões que resguardam os interesses da população afro serão retrabalhadas dentro do sistema regular de ensino, visando mitigar práticas de intolerância racial e promover a igualdade de raças em nosso país.”

Racismo religioso – Sobre o tema “racismo religioso”, o professor Conceição afirma que há silêncio na região sobre a questão. “Os conflitos são velados, por exemplo, por meio de denúncias feitas à Polícia Militar. Os denunciantes relatam perturbação da paz, chegando eles mesmos a aumentarem o som no intuito de intimidar as manifestações religiosas.”

Ele também relata o destrato em espaços de ensino, onde professores, por vezes afirmam que as religiões de matriz africana não são religiões pelo fato de cultuarem “seres que a Bíblia não reconhece”. “Esses fatos são difíceis de mensurar, pois pouco se registram. Porém, o Disk 100 constatou um aumento de ocorrências de natureza delituosa e de cunho preconceituoso.”

Texto: Pedro Xavier/Ascom UEA.

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