Pesquisadora da UEA vence prêmio “Para Mulheres na Ciência”

Na 17ª edição, o prêmio da L'Oréal Brasil busca promover e reconhecer a participação feminina na ciência. As ganhadoras são contempladas com uma bolsa-auxílio de R$ 50 mil

A L’Oréal Brasil, em parceria com a Unesco e a Academia Brasileira de Ciências (ABC), anunciou esta semana os nomes das sete ganhadoras do prêmio “Para Mulheres na Ciência”. Entre elas, Gisely Melo, pesquisadora da Universidade do Estado do Amazonas UEA), do Instituto de Pesquisa Clínica Carlos Borborema (IPCCB) e da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD).

Em sua 17ª edição, a premiação busca promover e reconhecer a participação feminina na ciência, favorecendo o equilíbrio dos gêneros no cenário brasileiro. As áreas de pesquisa contempladas são: Ciências da Vida, Ciências Físicas, Ciências Químicas e Matemática. As ganhadoras recebem uma bolsa-auxílio de R$ 50 mil cada, destinada às suas pesquisas.

Contemplada na área de Ciências da Vida, a farmacêutica Gisely Melo destinará a bolsa ao seu projeto que investiga duas hipóteses para a recorrência da malária causada pelo Plasmodium vivax na região amazônica. A primeira seria uma variação do gene CYP2D6. A segunda, a não adesão dos pacientes ao tratamento. A malária é considerada um grave problema de saúde pública no mundo, sendo a recorrência da doença um importante fator que dificulta o seu controle e a eliminação.

Para a cientista, ter sua trajetória profissional reconhecida representa a valorização de uma área difícil de ser trilhada, especialmente para mulheres na Amazônia. “Muitas vezes ainda sentimos o preconceito com pesquisas realizadas na região Norte, principalmente com mulheres. Precisamos valorizar a ciência que é realizada aqui. E precisamos mostrar para as nossas alunas a importância da presença de seus projetos nos congressos e reuniões científicas”, destaca a pesquisadora.

Atualmente, Gisely Melo está orientando 11 alunos, entre iniciação científica, mestrado e doutorado. A maioria mulheres, que vibraram com a premiação da orientadora. “As minhas alunas ficaram muito felizes e divulgaram nas redes sociais. Foi bem legal!”, conta.

A carreira científica também inspira Manuela, filha da pesquisadora. “Minha filha tem 8 anos e adora falar sobre ciência. Todos os dias, antes de dormir, ela quer escutar uma história sobre cientistas que estudam diferentes coisas”.

Premiação – As ganhadoras receberão o prêmio em cerimônia que será realizada na sede da L’Oréal Brasil, no Rio de Janeiro, no dia 30 de novembro.

Ao lado de Gisely Melo, foram selecionadas, na categoria de Ciências da Vida, Patrícia Takako Endo, pesquisadora da Universidade de Pernambuco; a farmacêutica-bioquímica Tathiane Malta, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP); e a bióloga Grazielle Sales Teodoro, da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Em Ciências Físicas, a ganhadora foi Fernanda Selingardi Matias, pesquisadora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Já na área de Matemática foi a cientista de dados e professora da Universidade Federal de São Carlos, Daiane Aparecida Zuanetti. Giovana Anceski Bataglion, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), ficou com o prêmio em Ciências Químicas.

Trajetória profissional – Gisely Melo é graduada em Farmácia pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e possui mestrado e doutorado em Medicina Tropical pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em convênio com a FMT-HVD.

Desde 2017 é pesquisadora na Gerência de Malária da FMT-HVD. No ensino, atua como professora do curso de graduação em Medicina da UEA, é coordenadora do Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical (PPGMT/UEA) e membro do corpo docente permanente do curso de pós-graduação (mestrado) em Hematologia da mesma universidade. A farmacêutica é também membro afiliada (2021-2025) da ABC.

Tem experiência na área de diagnóstico laboratorial de parasitoses e biologia molecular, atuando, principalmente, em malária com foco em resistência aos antimaláricos e farmacogenética. Atualmente, é investigadora principal ou coordenadora de diversos projetos de pesquisa financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em colaboração com instituições nacionais e internacionais renomadas.

Texto: Caroline Soares/Assessoria Instituto de Pesquisa Clínica Carlos Borborema (IPCCB)

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