As plantas amazônicas acariquara branca, carapanaúba e castanheira-do-Brasil possuem propriedades inibidoras contra o parasito causador da malária humana (Plasmodium falciparum). É o que indicaram estudos in vitro realizados em laboratório, no âmbito de um projeto apoiado pelo Governo do Estado, pelo Programa Universal Amazonas, disponibilizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
Resultados alcançados pelo estudo, conduzido no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), incluem a identificação, nessas plantas, de substâncias com atividades antiplasmódicas, que, em linhas gerais, são extratos de plantas ou substâncias purificadas capazes de inibir o crescimento, matar ou inviabilizar o parasito que causa a malária.
De acordo com o doutor em química orgânica Adrian Pohlit, coordenador do projeto e pesquisador do Inpa, os resultados representam uma etapa inicial importante e apontaram para o valor da etnomedicina regional, que associa às plantas estudadas a eficácia no tratamento da doença.
“No projeto da Fapeam, desenvolvido no Inpa, treinamos estudantes de pós-graduação em química e biotecnologia nas abordagens científicas e técnicas necessárias para descobrir novos antimaláricos, a partir de espécies vegetais regionais utilizadas na medicina tradicional local, na esperança de descobrir substâncias que possam dar origem a novas classes de antimaláricos, no futuro”, informou.
Combate à malária
Segundo o pesquisador, a malária é uma doença tropical endêmica na região Amazônica, que, anualmente, ameaça pessoas e causa a morte de mais de quinhentos mil indivíduos em todo o planeta.
Parte significativa dos antimaláricos em uso no mundo, atualmente, devem a sua descoberta inicial às substâncias antiplasmódicas artemisinina e a quinina, presentes em plantas usadas na medicina tradicional.
“Há evidências no mundo todo de que os parasitos da malária estão se tornando resistentes às TCAs (Terapias Combinadas à Base da Artemisinina) e seus componentes individuais, o que significa que esses tratamentos estão se tornando mais complicados e, em alguns casos, menos eficazes”, explicou.
Deste modo, é necessário buscar e detectar novas substâncias com propriedades capazes de combater a doença e, com isso, oferecer novos tipos de medicamentos para o tratamento da malária.
Equipe
Ao todo, 18 colaboradores do Inpa, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD-Fiocruz Amazônia) participaram da execução do projeto, iniciado em 2018 e concluído em 2020.
A pesquisa está entre os 50 projetos apresentados no “Portfólio: Investimentos e Resultados de Pesquisas do Amazonas”, lançado em janeiro deste ano. O acervo, que reúne pesquisas finalizadas entre 2020 a 2022, está disponível no site da instituição em www.fapeam.am.gov.br.
Universal
Intitulado “Micromoléculas para a química fina no Amazonas (Molecquimfinama)”, o projeto foi contemplado no edital Nº 002/2018 do Programa Universal Amazonas, da Fapeam, e concluído em 2020.
Um novo edital do Programa está disponível. Com aporte de R$ 3 milhões, o “Universal Fapeam 20 anos” tem a previsão de contratação de 28 projetos de pesquisa científica, tecnológica e inovação em áreas do conhecimento que busquem contribuir de forma significativa para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental do estado e para o ecossistema de CT&I.
Mais informações sobre o edital e submissão de propostas podem ser encontradas no site da Fapeam – www.fapeam.am.gov.br
Informações para a Imprensa: Assessoria de Comunicação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam): Marlúcia Seixas – 3878-4011 e 98407-8495/ E-mail: decon@fapeam.am.gov.br
Texto: Assessoria Fapeam
FOTOS: Érico Xavier/Fapeam e Antônio Lima/Secom