Eclipse anular solar: pesquisador de Astronomia da UEA explica sobre fenômeno e dá dicas

Evento poderá ser observado em várias cidades do Amazonas, com diferentes percentuais de cobertura.

Um evento raro acontecerá nos céus do Amazonas, e em várias partes do Brasil, no próximo dia 14 de outubro: o eclipse solar. Para o Amazonas, o fenômeno será do tipo anular, ou seja, o Sol ainda permanecerá visível na forma de um anel ao redor da sombra da Lua. Para entender melhor, o coordenador e pesquisador do Núcleo de Ensino e Pesquisa de Astronomia da Universidade do Estado do Amazonas (Nepa/UEA), Dr. Nélio Sasaki, compartilhou informações valiosas sobre o eclipse solar e forneceu dicas para a observação segura do evento. O eclipse solar ocorre quando a Lua se posiciona entre a Terra e o Sol, bloqueando, temporariamente, a luz solar. Na posição em que a Lua se encontrará – em sua órbita em relação à Terra – seu tamanho relativo será menor que o tamanho relativo do Sol, então a Lua não conseguirá encobrir totalmente o Sol. Para as cidades amazonenses, uma faixa da luz solar, em forma de anel (ou também conhecido como “anel de fogo”), se formará ao redor da borda escura da Lua. Por isso, esse tipo de eclipse é denominado anular (ou anelar – em forma de anel).

Ascom/UEA – O que é um eclipse solar anular?

Dr. Nélio Sasaki – Um eclipse solar anular ocorre quando a Lua está em uma posição mais afastada da Terra, em sua órbita, fazendo com que seu tamanho aparente seja menor que o do Sol. Isso resulta em um fenômeno onde a Lua não consegue cobrir completamente o disco solar, deixando visível um anel de luz solar ao redor da borda escura da Lua. É por isso que o chamamos de “anelar”.

Ascom/UEA – Qual a diferença entre eclipse solar anular e total?

Dr. Nélio Sasaki – Tudo é uma questão de perspectiva. O tamanho relativo da Lua é maior que o tamanho (relativo) do Sol quando a Lua está mais próxima da Terra (perigeu). Caso contrário, quando a Lua está em um ponto mais distante em relação à Terra (apogeu), então o tamanho da Lua se apresenta menor que o tamanho do Sol. No primeiro caso, a Lua consegue cobrir completamente o disco solar. No segundo caso, não. Ficará uma faixa de luz solar, em forma de anel (“anel de fogo”), descoberta. Há, ainda, um terceiro tipo de eclipse – o parcial. É uma situação intermediária, na qual a Lua só consegue cobrir parcialmente o disco solar”.

Ascom/UEA – Professor, recomendações seguras para a observação?

1) Evite olhar diretamente para o Sol;

2) Evite usar radiografias (ou mais amplamente chamadas “chapas de raios-X”) para acompanhar o eclipse;

3) Nunca use óculos de soldador para acompanhar eclipses solares;

4) O instante que requer mais atenção é exatamente no ápice do eclipse;

5) Use óculos especiais para acompanhar eclipses solares (estes têm ISO 12312-2);

6) Use telescópios solares, pois são mais apropriados para acompanhar o evento.

Ascom/UEA – Onde e quando observar o fenômeno?

Dr. Nélio Sasaki – O eclipse solar anular poderá ser observado em várias cidades do Amazonas, com diferentes porcentagens de cobertura do disco solar. Entre as cidades com cobertura do disco solar privilegiada estão Tefé, Alvarães, Uarini e Coari. Cada uma tem determinada porcentagem da área coberta durante o eclipses:

Tefé: 97,4% do disco solar coberto

Alvarães: 97,3% do disco solar coberto

Uarini: 97,1% do disco solar coberto

Coari: 97,0% do disco solar coberto

Novo Aripuanã: 96,6% do disco solar coberto

Codajás: 96,2% do disco solar coberto

Manaus: 92,8% do disco solar coberto

Borba: 95,7% do disco solar coberto

Fonte Boa: 89,8% do disco solar coberto

Parintins: 89,3% do disco solar coberto

Texto: Jonas Coelho/Ascom UEA

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