“A degradação dos ecossistemas pode gerar impactos em vários aspectos da saúde, incluindo doenças transmissíveis, crônicas, respiratórias e doenças relacionadas a alimentos”. A afirmação é do Prof. Dr. Daniel Elias Cuartas Arroyave, da Universidade del Valle (Colômbia), que participou do XI Simpósio Nacional de Geografia da Saúde 2023 (Geo Saúde), sediado pela Escola Superior de Tecnologia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), durante o período de 5 a 9 de novembro de 2023.
Para o professor Cuartas, embora os ecossistemas por si só não afetem diretamente a saúde humana, as ações da sociedade humana, como a adaptação e os impactos ambientais que geram transformação nos ecossistemas, podem ter consequências para a saúde das populações.
Um exemplo claro é a expansão da fronteira agrícola na Amazônia por meio das queimadas. Essas queimadas, além de afetar a saúde respiratória das pessoas, causam um impacto crônico na saúde cardiovascular. Além disso, a emissão de grandes quantidades de gases de efeito estufa, resultantes dessas queimadas, contribui para as mudanças climáticas e o aumento da ocorrência de eventos climáticos extremos como inundações, secas e deslizamentos de terra.
Ferramentas de geoprocessamento e de informação geográfica
Para enfrentar esses desafios, o professor Cuartas enfatizou a importância do uso de ferramentas de geoprocessamento e sistemas de informação geográfica para rastrear e monitorar eventos de saúde, e identificar padrões, desequilíbrios entre regiões e orientar a tomada de decisões.
Sobre o Geo Saúde – O XI Simpósio Nacional de Geografia da Saúde 2023 foi realizado em Manaus, Amazonas, com o tema “Amazônia, fronteiras e escalas geográficas na análise da saúde”. O evento fortaleceu a rede de pesquisadores e discutiu as dinâmicas que afetam os processos de saúde e doença na região amazônica, incluindo a história do pensamento geográfico, métodos de pesquisa, políticas públicas de saúde, saúde ambiental e sociobiodiversidade.