O projeto de Inteligência Artificial para monitorar eventos climáticos extremos secas e cheias na bacia do rio Negro foi desenvolvido por alunos bolsistas do projeto Academia Stem, da Escola Superior de Tecnologia da Universidade do Estado do Amazonas (EST/UEA). O desenvolvimento desta ferramenta contribui para o apoio aos tomadores de poder público no planejamento de ações para redução e mitigação dos efeitos das secas e enchentes.
Segundo o doutor em Meteorologia e orientador do projeto, Francis Wagner Correia, a bacia do rio Negro tem sofrido com eventos de enchentes (2012 e 2021) e uma atual seca severa (2023) com impactos diretos nos povos mais vulneráveis na Amazônia, considerada a mais intensa seca registrada nos últimos 104 anos. O objetivo do estudo foi desenvolver e avaliar modelos de Aprendizado de Máquina na previsão do nível do rio (cota) para a bacia hidrográfica do rio Negro, esclareceu o pesquisador.
O acadêmico de Engenharia da Computação e bolsista do Academia Stem Alejandro Loureiro disse que uma das ferramentas úteis para a previsão são os modelos de Inteligência Artificial (IA), pois têm sido muito utilizados com o propósito de solucionar diversos problemas, sejam eles tecnológicos, econômicos e ambientais. Com a criação de modelos de inteligência artificial que consigam prever os níveis de cota dos rios, é possível criar planos de mitigação para secas ou enchentes, já que Manaus depende desses rios para várias coisas, destacou Alejandro.
O professor Francis Wagner explicou, ainda, que a ferramenta desenvolvida visa apoiar no planejamento e redução das perdas na produção agrícola. Outro benefício para a sociedade consiste no planejamento e redução das perdas na saúde e na educação, bem como no planejamento estratégico das empresas de transporte modal fluvial no Amazonas.