Editora da UEA lança histórias em quadrinhos regionais com linguagem multimodal

As obras utilizam a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como uma de suas linguagens

A Editora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) lançou, na noite desta quinta-feira (30/11), dois livros com Histórias em Quadrinhos (HQ’s) intituladas “Ian e a Festa do Guaraná em Maués” e” Ian e a Festa da Castanha em Tefé”. As obras, que possuem conteúdo em diferentes formas de comunicação, utilizam a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como uma de suas linguagens. O lançamento ocorreu no Centro Cultural Casarão de Ideias.

A publicação tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). Os volumes 6 e 7 das HQ’s contam com a organização dos professores da UEA Suzana Araújo e Marcos Roberto dos Santos, da Escola Normal Superior (ENS), e da professora Megara Barbosa, da Secretaria de Educação e Desporto Escolar.

O material foi elaborado por uma equipe multidisciplinar de profissionais, docentes e discentes da UEA, professores da Seduc e da Secretaria Municipal de Educação de Manaus (Semed), com experiência na produção de material didático. Também contou com a parceria do Centro Educacional de Tecnologia e Robótica do Município de Maués e da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação de Tefé.

A professora Suzana Araújo afirma que as publicações têm o objetivo, ainda, de levar o conhecimento à comunidade. “É muito importante dentro do ponto de vista da educação, mas também atende à necessidade da divulgação científica. Tivemos o cuidado de ilustrar corretamente as informações apresentadas. As HQ’s possuem uma linguagem multimodal que favorece o agrupamento de muitos dados por meio de diferentes formas de comunicação”, disse.

Uma das linguagens apresentadas é a de sinais. O professor Marcos dos Santos, coordenador da Coordenação de Políticas Públicas para a Pessoa Surda da UEA (Copps), explica que o aspecto multimodal atua na aplicação de diversas linguagens para produção de sentido.

“Nos livros temos imagens estáticas e em movimento, Libras, Língua Portuguesa, QR Codes, links, e tudo isso se complementa. Temos um personagem surdo e isso é muito importante para a difusão da Libras. É uma linguagem acessível e simples para o público em geral e, além disso, os surdos se sentem representados. Ao fim do material, há um link para que o aluno surdo tenha toda a história traduzida para a Libras também”, pontuou.

A assessora da presidência da Fapeam, Simone Eneida Baçal de Oliveira, comenta que a agência de fomento é a quinta do mundo que mais investe em pesquisa na Amazônia.

“Com muita alegria, temos o resultado de uma produção tão rica e com uma cultura tão diversificada como a nossa. A Fapeam investe nisso e, hoje, vemos o reflexo da valorização da ciência e da popularização do conhecimento”, frisou.

Sobre a obra – Desde 2014, as edições concorrem no Programa de Apoio à Popularização da Ciência, Tecnologia e Inovação (POP), edital específico para a Semana de Ciência e Tecnologia (SNTC) que tem produzido histórias em quadrinhos, um material lúdico e interativo, sendo utilizado por professores, de forma inter/transdisciplinar, no processo de construção de ensino e aprendizagem.

O material consiste na necessidade de divulgação científica sobre temas regionais que ganham um novo olhar da Teoria da Multimodalidade, pois envolvem diversas semioses da linguagem que entram em ação, simultaneamente, para produzir sentido como: o texto verbal escrito; a imagem estática e em movimento; as cores; a Libras; links e QRCodes, o que possibilita maior proximidade com o seu público-alvo: infantil, infantojuvenil e adulto. O livro contribui, também, para a difusão de Libras em sala de aula, para inclusão de pessoas surdas e interação com os não surdos.

O material impresso é financiado pela Fapeam e distribuído para alunos e professores da rede pública de ensino durante a 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia nos municípios de Maués e Tefé. Mas pode ser encontrado, de forma on-line, no: repositorioinstitucional.uea.edu.br.

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